A apresentação da Orquestra Sinfônica Quilombola do Curiaú e o Hino Nacional e Canção do Amapá em versão de Marabaixo deram o tom do que foi a abertura do I Seminário Estadual da Juventude Negra, ontem (23). O evento é uma ação conjunta das secretarias extraordinárias de Políticas para Afrodescendentes (Seafro) e da Juventude (Sejuv), com apoio de outros órgãos de governo e instituições não-governamentais.
O I Seminário da Juventude Negra tem o objetivo principal de debater a realidade do jovem negro no Brasil, as dificuldades de acesso à educação e ao mercado de trabalho. E esse debate contou com a presença maciça de estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede pública de ensino, além de convidados e autoridades.
Na mesa dos trabalhos, os secretários Neucirene Almeida de Oliveira (Seafro), Alex Nazaré (Sejuv), representantes de entidades não-governamentais, do movimento negro amapaense, além dos deputados estaduais Agnaldo Balieiro e Cristina Almeida, ambos do PSB. A perspectiva é de que o seminário sirva não só como fórum de discussões, mas como ponto de partida para que os direitos do jovem negro no Amapá sejam garantidos e respeitados.
"Esperamos que o governo faça um pacto com a juventude negra e que não se engavetem os projetos como se fez em governos anteriores. A Sejuv está no caminho certo quando se propõe a construir esse projeto e debater com a base da juventude. Que assim continue", ressaltou Edicléia Vasconcelos, representante do Movimento Afrojovem do Amapá (Moaja) e da Rede Ubuntu.
O secretário da Juventude, Alex Nazaré, endossa esse argumento, destacando a importância do diálogo com a juventude e do próprio seminário.
"Esse evento é um momento importante de reflexão para o nosso desenvolvimento, e o governo do Estado quer, daqui, sair com ações que tenham impacto e que o movimento já está organizado entregando o documento que vem da sociedade civil organizada e que vai, sem dúvida, nortear a busca do Estado em dar resposta para juventude negra do Amapá", discursou.
A deputada estadual Cristina Almeida, que é secretária nacional da Negritude Socialista Brasileira, disse que ações como o seminário são uma resposta aos anseios da juventude negra amapaense.
"Quero deixar registrada a minha alegria de estar presente nesse debate, porque ele vem atender ao chamado do movimento social, que há trinta anos já se alertava para o genocídio da juventude negra. Hoje eu estou deputada, mas sou do movimento social e por isso eu tenho o compromisso com a juventude negra", assinalou a parlamentar.