O Brasil tem enfrentado várias crises, entre estas, uma crise muito aguda, de disputa entre representantes de dois poderes, executivo e legislativo, que é personificada entre o presidente da Câmara e a presidente da república. O terceiro poder tem acompanhado e, em diferentes instâncias, atacado os outros dois, assim como em vários momentos vem servindo um ou outro destes grandes adversários. E ambos já estão sangrando, e tem muito sangue por vir.
Hoje em cadeia nacional de rádio e televisão, teremos a infeliz oportunidade de acompanhar mais um round desta luta livre.
O PT foi um dos grandes potencializadores de Eduardo Cunha que surgiria ainda lá no Rio de Janeiro, muito anos atrás. Cria do PT, sempre foi usado para aprovar os projetos de interesse do governo, com o mesmo atropelo que executa hoje, porém, agora quando o faz contrariando ao governo, acaba por ser a cria atacando a criatura.
Inegavelmente foi o PT que optou por ter uma base alugada via mensalão, via petrolão. Deixou de lado a ideologia e trabalhou para diminuir os partidos ideológicos que elegeram Lula, como o PSB, PPS e PDT, porque era mais fácil alugar o PP, PMDB, PTB e criar partidos como o PSD e etc. E foi principalmente por isso que nós do PSB optamos por apresentar projeto próprio e largar de mão o projeto petista que mesmo naquele momento, antes da reeleição de Dilma, já caminhava para tudo isto que está acontecendo hoje.
Renan Calheiros, Collor, Eduardo Cunha, Kassab, Sarney, Michel Temer, Paulo Roberto Costa, todos foram empoderados e fortalecidos pelo PT. Hoje o PT prova do próprio veneno, e nós não temos nada a ver com isso. É um disputa grande, de fora Cunha, fora Dilma, onde provavelmente não será o menos forte que perderá, mas sim os dois, e o Brasil.
Enquanto acompanhamos essa disputa os trabalhadores, os professores, os estudantes, as famílias e a sociedade como um todo perdem todos os dias seus direitos conquistados em luta, por muitos e muitos anos, quem apanha é o Brasil e o seu povo.
Muita lama vem pela frente, não há o que fazer. É uma disputa de honra entre ambos, de sobrevivência. Porém, a tendência é que nenhum sobreviva, e o compromisso da nossa geração será reconstruir a política e o Brasil, olhando para trás e vendo os exemplos que não deveremos seguir. Nem do presente, nem do passado recente que nada tem de diferente.
Somos nós que temos a responsabilidade de apresentar e fortalecer um novo caminho para o Brasil!