Historicamente privado da participação na vida política, o público feminino vêm conquistando cada vez mais espaço nas eleições brasileiras. Tal conquista é sinônimo não apenas de uma grande luta por uma sociedade mais justa. É um reflexo de todo um movimento em defesa da igualdade de direitos, como o acesso à educação, o direito de votar e ser candidata e as condições igualitárias de ingresso no mercado de trabalho.
Nesse contexto, as eleições municipais de 2012 foram as primeiras a incentivar a candidatura de mulheres, com a vigência da Lei 12.034/2009, que estabelece que cada partido ou coligação, deve preencher o mínimo de 30% para candidaturas de cada sexo.
Esta legislação colaborou para aumentar o número de candidaturas para o cargo de vereador, alcançando a média de 37% de candidaturas femininas.
Em 2012, as mulheres representaram 12,03% do total de prefeitos eleitos no país, somente no primeiro turno.
O estado de Minas Gerais obteve o maior número de prefeituras que serão comandadas por mulheres, com 71 eleitas. Em segundo lugar está São Paulo, com 67; seguido da Bahia, com 64; Paraíba, com 49; e Maranhão, com 41.
80 anos de voto feminino
A primeira brasileira a votar foi Celina Guimarães Viana, no estado do Rio Grande do Norte, em 1927. A façanha, naqueles tempos de exclusão completa da mulher na vida pública, aconteceu devido aos conflitos entre a legislação daquele estado e a Constituição Federal brasileira. Pouco tempo depois, a estudante mineira Mietta Santiago, na época com 20 anos e regressando da Europa, fez o mesmo, utilizando-se de uma sentença judicial até então inédita nas cortes brasileiras. Começava um movimento nacional de mobilização de ativistas, escritoras, militantes políticas, trabalhadoras e muitas outras que levaram o presidente Getúlio Vargas a suprimir, em um decreto de 1932, qualquer restrição ao voto feminino.