A marcha desta segunda-feira, 17 de junho, a quinta desde o início dos protestos, foi tão grande que se dividiu em três. Sempre com o apoio da população ao redor, em cada ponto, uma multidão, incontável. A passeata ocupou vias importantes como as Avenidas Faria Lima, Juscelino Kubitschek, Berrini, Morumbi e Paulista, além da ponte Estaiada e Marginal Pinheiros. Os 65 mil divulgados pela grande imprensa são mais que o dobro.
Para a presidenta da UNE, Vic Barros, a ação violenta da polícia durante a última manifestação, do dia 13 de junho, sensibilizou toda a sociedade e não intimidou a população. “Em um Estado Democrático de Direito não vamos aceitar que o governador Geraldo Alckmin use mais uma vez a força e truculência de sua PM para evitar protestos legítimos. Ele já havia se mostrado irredutível em outras ocasiões, com professores da rede pública, estudantes da USP, habitantes do Pinheirinho e até mesmo com a Polícia Civil”.
E, desta vez, sem a presença da polícia, a manifestação seguiu por quase cinco horas sem violência. Namorados de mãos dadas e cartazes na mão. Amigos fantasiados com trajes de festa junina em protesto aos manifestantes presos e acusados de formação de quadrilha. Caras pintadas. Amigas com olhos pintados de roxo em protesto à jornalista agredida com bala de borracha. Bicicletas. Skate. Luta pelo direito de festejar. Festa pelo direito de lutar.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Central dos Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) marcharam ao lado dos estudantes. Juventudes partidárias e outros movimentos sociais e organizações também caminharam pelas ruas da capital em protesto por mais democracia, pela paz e contra o aumento.