O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que elegeu 440 Prefeitos no primeiro e segundo turnos, é o partido que mais cresceu nas Eleições Municipais de 2012. Foi um aumento de 42% em relação às últimas eleições majoritárias, em 2008, quando foram eleitos 310 prefeitos do partido.
E os números revelam ainda mais: além do PSB, somente o PT conseguiu crescer nessas eleições e, ainda assim, num patamar bem menor. O Partido dos Trabalhadores saiu das urnas com 635 prefeitos eleitos, num aumento três vezes menor que o do PSB, de 14%. Todos os demais partidos apresentaram desempenho negativo na comparação com 2008, em índices que variaram de –11% (PSDB) a –44% (DEM).
Numa trajetória ascendente que destacou o partido nacionalmente nos últimos meses, o PSB alcançou o novo patamar após 27 anos de presença constante junto ao eleitorado brasileiro. O partido, que elegeu apenas um prefeito em sua primeira eleição, em 1985, aumentou para 37 já no pleito seguinte e, dali em diante, não parou mais de crescer, até atingir a marca simbólica dos 440 Prefeitos de 2012 – o 40, coincidentemente, é o número do partido.
Além disso, o PSB também foi o partido que mais elegeu prefeitos de capitais em 2012: cinco no total, nas cidades de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO). E ainda comemora a vitória em cidades de grande porte de importantes regiões, como Campinas (SP), Petrópolis e Duque de Caxias (RJ).
Até mesmo nos índices de reeleição de seus prefeitos o PSB saiu em primeiro nessas eleições: 71,8% (163 Prefeitos) de seus candidatos que já ocupavam a Prefeitura serão reconduzidos após as votações de 2012. A média nacional de reeleição ficou em 55%.
Mais eleitorado a governar
Todos esses índices levaram o PSB também ao maior crescimento em número de eleitorado a governar – a partir de 1º de janeiro, o partido estará no comando de 15,4 milhões de brasileiros. É um aumento de 101% em relação a 2008, quando, juntas, as populações das cidades governadas pela sigla alcançavam 7,6 milhões de pessoas.
Nesse item, também, a maioria dos demais partidos apresentou desempenho negativo, em quedas que variam de -9% (PP) a -60% (DEM). Dos três que conseguiram crescer em eleitorado a governar (PT, PSDB e PDT), o maior índice – +36%, do PT – ainda assim é três vezes menor que o aumento obtido pelo PSB.
Euforia consciente
“O PSB tem tido um crescimento consistente e a cada eleição se expande mais”, comemorou o primeiro secretário Nacional do Partido, Carlos Siqueira. “E ao mesmo tempo em que crescemos em número, também crescemos em qualidade, como revela o alto índice de reeleição de nossos Prefeitos. Isso significa que a maioria da população aprovou a performance das administrações socialistas em todo o país”.
Entretanto, destaca Siqueira, mesmo em meio à comemoração o PSB faz questão de colocar entre suas prioridades o debate sobre como ajudar os novos prefeitos, para que correspondam à responsabilidade que a sociedade brasileira atribuiu, nas urnas, ao partido. Para tanto, a direção do PSB já organiza um encontro com todos os prefeitos eleitos na primeira semana de dezembro.
Rumos nacionais
O presidente Nacional do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, desde o Primeiro Turno tem voltado o foco das atenções para o peso que vem das urnas. “Os bons resultados exigirão uma responsabilidade maior do PSB”, adiantou ele já na primeira reunião da Executiva Nacional após a votação do primeiro turno, em Brasília. “Em 2012, as urnas mostraram não apenas a qualidade e capacidade de nossos candidatos de oferecer boas soluções para as cidades, mas, ao mesmo tempo, que houve um vento de renovação no País – e o PSB faz parte disso”.
Por esse motivo, Eduardo Campos acredita que caberá ao partido promover o debate sobre questões fundamentais para o país que estão em andamento, com consequências diretas sobre a sociedade brasileira. Ele cita, por exemplo, a Medida Provisória para redução do preço da energia elétrica, que está emperrada no Congresso Nacional. “Se ficarmos discutindo 2014, a energia continuará cara, tirando competitividade da empresa brasileira e podendo afetar o mercado de trabalho”, disse. Para ele, é preciso uma mobilização tanto de quem é da base do Governo quanto de quem não é, a fim de viabilizar ações mais efetivas de enfrentamento da crise econômica internacional.
Segundo o presidente Nacional do PSB, a redução do IPI dos automóveis, mais uma vez prorrogada pela Presidente Dilma, foi boa, mas não pode ser a única. “É preciso ir além dessas medidas. Como vamos seguir protegendo o mercado de trabalho no Brasil? Como vamos fazer para não importar essa crise com a intensidade que ela chegou a outras nações? Como os prefeitos eleitos agora vão financiar o que foi prometido ao povo?”, questionou o governador. “Essa é a nossa pauta daqui pra frente”.