O comportamento da juventude nada mais é do reflexo do contexto em que cresce e vive. Dê um ambiente culturalmente violento, sem condições sociais e terá uma juventude que comete crimes. Dê um ambiente repleto de educação, cultura, esporte e terá uma juventude socialmente sadia. Sendo assim, será que as crianças e adolescentes infratores tem total responsabilidade sobre seus atos? A sociedade deve perceber sua parte de responsabilidade no crime cometido por cada jovem no Brasil, somos ainda hoje um país com muita injustiça social e desigualdade o que torna latente o desamparo ao jovem.
Estamos passando por uma generalização encabeçada pela grande mídia e pelas alas conservadoras do Congresso Nacional que tentam insinuar que majoritariamente os jovens são violentos e cruéis. Os dados que são ignorados por essas forças políticas e midiáticas é que de acordo com o Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), do Conselho Nacional de Justiça, em 2011 apenas 0,5% da população jovem do Brasil cometeu alguma infração. Desses 0,5%, de acordo com levantamento feito pelo Ministério da Justiça, também em 2011, os crimes mais presentes são 43,7% – patrimoniais como furto e roubo, 26,6% – envolvimento com o tráfico de drogas (26,6%), 8,4% – homicídios e 1,9% em latrocínios. A redução da maioridade penal é então justificada pela “violência e brutalidade dos jovens” e deve ser tratada como REGRA mesmo os índices mostrando que os crimes violentos de jovens são uma exceção dentro de outra exceção? A quem interessa a redução da maioridade penal?
A redução da maioridade tem cor e classe para perseguir: São jovens negros e periféricos. Assim como os autos de resistência a redução da maioridade penal nada mais é do que uma forma de legalizar o extermínio da juventude negra, já que a redução da maioridade retira os jovens de um sistema socioeducativo que tem índice de reincidência menor que 20% para inseri-los em um sistema carcerário com reincidência de 70%.
A continuidade da maioridade penal aos 18 anos não se trata de não punir os jovens por suas ações equivocadas e fora da lei, se trata de dar a punição que gere resultado e permita a ressocialização. Buscamos retirar o jovem da criminalidade ou isola-los em um ambiente violento e sem grandes chances de recuperação? A Juventude Socialista Brasileira acredita que devemos combater a causa que leva os jovens ao crime e não combater os jovens, pois esses são apenas efeito de uma sociedade que prega a violência, que não dá amparo psicológico, econômico, educacional e cultural a eles.