Aconteceu há cinquenta anos, mas o período mais violento da história do Brasil segue na memória de muitos brasileiros, principalmente os que foram torturados, tiveram direitos políticos cassados ou mesmo precisaram deixar o país.
O golpe, orquestrado em 31/03 e 01/04 de 1964 não destituiu apenas o então presidente João Goulart. Também frustrou milhares, milhões de brasileiros que esperavam as reformas de base prometidas por Jango. Pior que isto. O golpe mergulhou o país em um regime de exceção e intensa repressão.
Muitos intelectuais, gestores, parlamentares, artistas e jovens foram perseguidos durante a Ditadura Militar. Os partidos políticos foram fechados e os sindicatos dominados por militares. Ainda hoje não se tem informações sobre diversos personagens que desapareceram durante o período militar, como o estudante Honestino Guimarães.
Estudantes e trabalhadores foram protagonistas de passeatas e movimentos criados para combater a Ditadura. Por isso, apenas por exigir seus direitos muitos foram mortos, como é o caso do líder da Aliança Libertadora Nacional, Carlos Marighella.
Honestino e Marighella são apenas duas das vítimas do regime. Eles se juntam a milhares de brasileiros torturados, mortos e desaparecidos. Brasileiros que lutaram por seu país, por democracia, justiça, fim da repressão e principalmente por liberdade.
Já se passaram cinquenta anos. Podem se passar mil, mas o Brasil jamais pode esquecer os mais de vinte anos de sofrimento, atentados e agonia causados pelo golpe que está completando meio século.