Alguns podem criticar-me pela postura adotada ao redigir esse artigo. Entretanto, o nível de hipocrisia da sociedade aguçou-me o senso crítico e me fez trazer à público algumas reflexões sobre comportamentos e ações de todos nós.
Critico primeiramente o calendário de datas ¨comemorativas¨ que temos. Ora, precisamos de fato ter dia das mães, dia dos pais, dia das crianças, dia dos namorados e tantas outras datas comemoradas atualmente?
Por pertencer à um partido de massas, que prioriza e valoriza o ser humano posiciono-me completamente contra a datas que só servem para valorizar a exploração do homem pelo homem. Datas estas em que os patrões lucram e que os trabalhadores são mais explorados que o habitual.
O capitalismo é uma cadeia em que os mais fortes, os donos dos meios de produção, as grande redes e os cartéis vencem os que trabalham para garantir todo o lucro dos acima mencionados.
Quando essas datas se aproximam, milhares de trabalhadores, em sua maioria jovens, são chamados para exercer subempregos, que não garantem as estruturas mínimas de trabalho e muito menos os direitos assegurados pela CLT e demais leis trabalhistas. Subempregos estes que desaparecem imediatamente após essas datas e que deixam um buraco gigantesco no orçamento de quem contava com a renda, mesmo que mínima deste espaço.
A máquina do capitalismo continua a fabricar datas fajutas em que a sociedade é imposta a consumir, consumir e encher os bolsos dos que os exploram. E por que as pessoas são obrigadas? A resposta é simples: quando você prefere não financiar essa máquina capitalista, é no mínimo tachado de displicente com entes queridos.
As mães, os pais, os namorados, as crianças, os avós, os seres humanos não precisam de dias específicos para serem amados e respeitados por todos nós. Os dias deles são todos os dias. Nossos dias são todos os dias. Os 365 dias do ano, são dias de demonstrar amor e compaixão pelo próximo, coisa que o capitalismo e suas datas ¨comemorativas¨ não fazem.
Autor: Domingos Dias