“A argila fundamental de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber idéias para moldar nosso futuro”, (Che Guevara).
É com essa citação do idealista e revolucionário Ernesto Guevara de La Serna que iniciamos essa instigação sobre nossa juventude e sua participação política e social no Brasil moderno. Assim verificaremos de maneira superficial a forma como se porta nossos jovens frente às aflições de seu tempo. A juventude tem um papel fundamental em nossa sociedade, ela é a ligação entre ciclos de vida, do novo (criança e adolescente) para o velho (adulto), sendo que jamais nossa juventude se furtou a participar das questões políticas e sociais do Brasil, principalmente com o término da sociedade paternalista no contexto histórico brasileiro, que de uma forma ou de outra definia o comportamento juvenil.
No contexto mundial os jovens tem grande relevância no que tange as inquietações da sociedade, isso não é diferente em nosso país. Atualmente o jovem não se prende a instituições e sim a movimentos práticos de reivindicações, ficou bem claro na pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas em 2005, constatou que 70% dos jovens entrevistados em oito regiões metropolitanas, não se envolvem em partidos políticos, sindicatos ou associações e não participam de ações de mobilização social. Contudo, verificou-se que nossos jovens participam sim quando incitados ou influenciados diretamente de alguma maneira que prejudique a vida dos mesmos nas relações sociais vigentes. Dessa forma, o envolvimento político e social da juventude brasileira se dá através do engajamento em causas. Podemos utilizar como exemplo contemporâneo os “caras pintadas”, pois a juventude sendo incitada e vendo-se atingida por uma ação negativa do então presidente da República, Fernando Collor, foi as ruas pedir seu impeachment.
No mundo moderno, onde as transformações ocorrem a uma velocidade tão rápida, não há como analisar uma sociedade e suas mais variadas relações sociais sem pontuar a participação e o comportamento dos jovens nesses contextos específicos. Ao analisarmos as políticas públicas para a juventude brasileira, observamos que essas ações governamentais ganham força na década de 90, mas ganham consistência mesmo no governo de Luis Inácio Lula da Silva, através do Pró Jovem, Secretaria Nacional de Juventude e Conselho Nacional de Juventude.
A família, a escola e o poder público em suas várias esferas, devem possibilitar aos nossos jovens uma integração mais efetiva nas decisões, quer sejam elas mínimas ou macros. O jovem quer participar, quer educação de qualidade, quer renda e ocupação, quer sentir-se partícipe da construção de uma sociedade melhor. Temos percebido isso quando analisamos o uso das novas tecnologias digitais, principalmente nas redes e mídias sociais, onde os jovens tem cada vez mais assumido uma postura ativa, sendo um agente transformador e construtor da realidade, interagindo efetivamente com o mundo, não podemos perder de vista o imaginário juvenil, pois é através desse que iremos conhecer o que pensa e quer o jovem brasileiro para o nosso país. Não podemos permitir que essa argila, que é a nossa juventude, deixe de ser trabalhada no sentido de modificar positivamente o nosso Brasil.
Autor: João Gomes