Alguns acontecimentos recentes demonstram o quanto estamos atrasados e dependentes das criações alheias. Porém, há um velho habito, onde a grande maioria dos governantes, na euforia após algum protesto, reportagem ou tragédia, insistem em gastar mal o todo e qualquer recurso existentes em busca da solução mágica para problemas anunciados há tempos. O final é previsível: medidas paliativas, ausência de planejamento e danos irreparáveis aos equipamentos públicos e ao erário.
Sabemos que o assunto é mais amplo e permeia várias outras áreas. Mas é eminente a necessidade de começar a tocar em alguns pontos antes de sermos inundados com os generalismos provocados pelos mal intencionados e promovido pelos mal informados.
Ao observarmos questões que parecem simples, como tecnologias que ajudam ao pequeno agricultor a produzir melhor, com qualidade e não ser obrigado a migrar para as cidades, ou mesmo, tecnologias que permitam prever desastres ambientais, estamos na grande maioria das vezes submetidos a pagar para importar algum novo tipo de solução, fato esse que a realidade nos mostra, está fracassado. Afinal o pequeno agricultou continua sufocado pelo agronegócio inescrupuloso e as tragédias continuam a ocorrer ao mesmo tempo que nossos futuros cientistas continuam no “perrengue”, como nós jovens chamamos habitualmente.
Para além dessas questões mais básicas, os fatos mostram o quanto estamos cada vez mais expostos e nossa privacidade virou produto para grandes corporações e nossa intimidade e ideias trocadas entre companheiros são produtos de interesse internacional.
Até quando vamos nos permitir a tudo isso com o potencial humano capacitado para produzir ciência e tecnologia que possuímos nas nossas universidades? Por que somos obrigados a deixar nossa privacidade nas mãos de quem somente visa lucro? Qual a crise e o medo de tudo o que é publico? A quem isso interessa?
Esses questionamentos iniciais para o debate se torna imprescindível. É necessário pensar e investir em inovações. É urgente criar mecanismos, principalmente a partir do fortalecimento das nossas instituições universitárias, para que sejam realizadas mais pesquisas e que os produtos gerados sejam devidamente valorizados, reconhecidos e, principalmente, absorvidos pelos setores públicos para que tenha serventia ao nosso povo.
Já passou a hora de fazer esse debate com mais seriedade e comprometimento. Cabe a cada um de nós entender que nosso país já foi prejudicado demais ao longo de sua história e não pode continuar a ser visto como apenas um fornecedor de matérias primas. Nosso povo não é mero apertador de parafusos.
É necessário, portanto, as esferas governamentais começarem a pensar mecanismos e práticas de custeio condizentes com a realidade, tendo em vista a necessidade de mudar essa hábito equivocado que em virtude das disputas eleitoreiras se convencionou a chamar de “custo” toda a promoção de investimentos que desenvolvam algum tipo de pesquisa cientifica ou busca encontrar novas tecnologias. É hora de investir no nosso futuro, e para quem não sabe, pensar o futuro custa caro mesmo.
*Fabrício Lopes é militante do Partido Socialista Brasileiro (PSB)
Autor: Portal PSB 40