Miguel Arraes de Alencar. Um nome até hoje lembrado por muitos pernambucanos. O Doutor Arraes, como era conhecido, governou o Estado de Pernambuco em três oportunidades. Realizou diversas obras e programas que melhoraram a vida das pessoas, mas principalmente, defendeu seu estado e seu país quando estes mais precisaram.
Seu primeiro governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do Campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas. Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram a sede do governo estadual, o Palácio das Princesas. Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão. Com sua recusa, foi preso na tarde de 1º de abril. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.
Arraes, defensor das causas populares, continuou sua luta mesmo no exílio. Produziu diversos textos e artigos que versavam sobre os rumos que o Brasil tomava durante os anos de Ditadura Militar.
Em 1979 com a anistia Miguel Arraes voltou ao Brasil e à política. Foi eleito governador de Pernambuco por mais dois mandatos e deu continuidade aos projetos de infraestrutura que beneficiaram milhares de pernambucanos, principalmente do interior do estado.
Por sua luta contra o regime, o Doutor Arraes é lembrado como uma das principais figuras de oposição da época e também por um codinome que lhe foi atribuído ao longo dos anos: guerreiro do povo brasileiro.