O governo revolucionário cubano ainda engatinhava quando uma notícia estremeceu a Ilha. Camilo Cienfuegos Gorriaran, criador e comandante do Exército Rebelde, morria, aos 27 anos, num desastre aéreo. Um dos principais líderes da luta iniciada em Sierra Maestra, em 28 de outubro de 1956, Camilo havia viajado à província de Camaguey a mando de Fidel Castro para debelar um levante, comandado por Hubert Matos.
No retorno a Havana, aconteceu o desastre. O avião caiu no mar e, por muitos anos, os cubanos procuraram pelo corpo de Camilo, sem sucesso.
De líder, Camilo transformou-se em mártir, como aconteceria, poucos anos mais tarde, com Che Guevara. Fidel, Che e Camilo comandavam os rebeldes em luta contra o governo ditatorial de Fulgêncio Batista. Camilo ficou responsável por uma coluna de 82 homens, que se dirigia à capital do país. Ao lado dos companheiros entrou triunfante em Havana no dia 2 de janeiro de 1959. Morreria 10 meses depois, em 28 de outubro do mesmo ano.
Bonito, corajoso, alegre, simpático, Camilo fugiu de Cuba para os Estados Unidos por suas ações contra Batista. Voltou ao país e de novo aos Estados Unidos, de onde foi para o México. Lá encontrou o grupo que faria a travessia para Cuba no barco Granma. Em Sierra Maestra sua liderança guerrilheira logo foi reconhecida. Não tinha medo. A coluna comandada por ele, que levava o nome de Antonio Maceo, o homem que lutou pela independência de Cuba, foi a primeira a deixar a proteção de Sierra Maestra. Ao lado de Che Guevara tomou Santa Clara, em 1958, vitória que abriu o caminho para a tomada de Havana.
Há 54 anos, em todos 28 de outubro, os cubanos param e homenageiam o "Señor de la Vanguardia", descrito pelo companheiro Che Guevara como “o mais brilhante dos guerrilheiros”.