Recentemente, a juventude brasileira passou por um processo de avanços e conquistas. Entre estes estão a aprovação do Estatuto da Juventude e a atual discussão do Sistema Nacional de Juventude, ferramentas fundamentais para o desenvolvimento das políticas públicas de juventude.
O protagonismo dos jovens brasileiros ganhou destaque no último período, especialmente durante as manifestações de junho passado, quando milhões foram às ruas protestar por um Brasil melhor e bradar que a juventude não é o futuro e sim o presente de nosso país.
A juventude mostrou que sabe o que quer e mais do que isso. Organiza-se para lutar por seus direitos, como já o fez em diversos momentos da história do Brasil, onde foram necessárias intervenções nas ruas para que o destino do país tomasse o rumo certo.
Dentre as ferramentas para a organização dos jovens, está a internet. As redes sociais mostraram-se importantes espaços de discussão, troca de experiências e organização. Foi através delas que o Brasil se organizou e reclamou por uma país mais justo.
Mas e o movimento estudantil?
O movimento estudantil, geralmente primeiro contato das pessoas como o movimento social, continua sua atuação. Seja no debate dentro das escolas, seja através das instituições de representação, e em todos os espaços de discussão. Estes estudantes continuam na luta pela escola inclusiva, sem violência e que ofereça oportunidades e seja ferramenta de inclusão. Essa escola ainda não chegou a todos os jovens brasileiros, mas a luta por essa conquista é atual e ainda mobiliza os estudantes.
Mais do que lutar por melhores condições de acesso à Educação, os estudantes brasileiros sabem da importância de se discutir o desenvolvimento do país, aliando sustentabilidade à inovação. E assim, contribuindo para alcançarmos cada vez mais os sonhados altos níveis de qualidade de vida para a população.
Dentro dessas perspectivas, a Juventude Socialista Brasileira (JSB), através do Movimento Um Passo à Frente, acredita que é necessário que a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) seja mais atuante e combativa. Que represente de fato o estudante da sala de aula. Para isso, acreditamos ser necessário uma nova metodologia de diálogo, para que a UBES possa ouvir e atender os estudantes. Como por exemplo, escolher de forma democrática os diretores que irão junto a UBES representar milhões de estudantes brasileiros, através de eleição direta para a composição da diretoria.
Ao participar do 40º Congresso da UBES (com sua maior bancada dos últimos tempos, o dobro em número de delegados comparado ao 39º CONUBES), compreendemos que não era essa a realidade. O que se viu, foi novamente o esvaziamento (talvez pelo adiantamento imposto) desse espaço e a falta de confiança dos jovens brasileiros nessa entidade.
Entendemos que hoje, essa entidade histórica, não atua com combatividade, relegando-se a burocracia e cada vez mais tendo seus foros de discussão esvaziados, justamente por não conseguir alcançar os corações dos jovens e se apresentar como representante destes.
Ousadia para mudar!
Estes não podem somente ser espaços de integração, mas devem ser o cerne do debate de juventude e do movimento estudantil. O congresso da UBES não deve ter como foco apenas a eleição de sua nova diretoria. Tem que ser o espaço onde o estudante de qualquer uma das regiões do país, sinta-se representado e à vontade para participar. Para isso, não somente as eleições diretas, mas também outros instrumentos de mudança devem ser colocados em prática, ou essa entidade que há 65 anos representa os estudantes secundaristas do Brasil cada vez mais amargará o descrédito dos estudantes.
A Juventude Socialista Brasileira, organizada no movimento estudantil através do Movimento Um Passo à Frente decidiu por sua retirada do 40º CONUBES, que ocorreu nesse último sábado dia 30 de novembro de 2013. Não no intuito de não participar dos debates da entidade, pois ao nosso entendimento a UBES passa por momentos de dificuldades, porém, no que depender da Juventude Socialista Brasileira nunca cairá no esquecimento, entendendo que ainda podemos contribuir muito para que ela volte a ser aquela entidade que já ajudou a mobilizar milhões de estudantes, pautando os principais debates na política nacional.
Sabemos que muito ainda pode ser feito e desde já conclamamos o jovens socialistas de todos os rincões do Brasil a se organizarem, fundarem grêmios e participarem do movimento estudantil em suas escolas e cidades, para que possamos apresentar uma alternativa de mudança para os estudantes brasileiros, quebrando os atuais paradigmas e conduzindo a entidade para a direção da qual não poderia ter saído.
A UBES somos nós, nossa força e nossa voz!
Brasília, 04 de dezembro de 2013
Direção Executiva Nacional
Juventude Socialista Brasileira